Você está lidando com dor no quadril? Se sim, sabia que exercícios para dor no quadril podem ser a chave para aliviar esse incômodo? Muitas pessoas não sabem, mas ao incluir movimentos específicos na rotina, você pode fortalecer a região e melhorar a mobilidade do quadril, sem precisar de intervenções invasivas. Vamos entender como isso funciona e quais são os exercícios ideais para combater essa dor.
Mas, e se eu te contasse que, na maioria das vezes, a solução não é parar tudo e ficar de molho? Pelo contrário. A saída, na maioria das vezes, está em uma boa rotina de exercícios para dor no quadril. Minha ideia aqui não é te dar uma lista de exercícios e pronto. É a gente conversar, entender por que isso acontece e como alguns movimentos simples, feitos do jeito certo, podem ser a chave para você se sentir bem de novo. Acredite, dar um jeito nisso pode ser mais simples do que parece.
Mas afinal, por que esse quadril resolve doer?
Antes de sair fazendo qualquer exercício, a gente precisa entender o que está por trás do problema. Pensa no seu quadril como o centro de comando do seu corpo. Ele liga a parte de cima com a de baixo e participa de quase tudo que a gente faz. Se ele não está 100%, o resto do corpo sente o baque.
A dor, principalmente para quem é ativo, raramente vem de um machucado específico. Ela é, na verdade, o resultado de coisinhas que a gente faz errado no dia a dia, e que vão se somando.
O bumbum preguiçoso é o grande culpado

Pois é. A gente passa o dia sentado. No trabalho, no carro, no sofá… E o corpo, que é super esperto, pensa: “Ué, se não preciso usar o bumbum, vou deixar ele aqui quietinho, economizando energia”. Aí, quando você vai correr ou caminhar, quem deveria fazer a força (os glúteos) está tirando uma soneca. Para compensar, músculos menores ao redor do quadril entram em ação, mas eles não aguentam o tranco. O resultado? Inflamação e dor.
A turma da frente, toda encurtada
O mesmo hábito de ficar sentado que deixa o bumbum preguiçoso também encurta os músculos da frente da coxa, os flexores do quadril. Imagina um elástico que fica o tempo todo esticado. Quando ele está sempre tenso, ele puxa seu quadril para a frente, e isso desalinha toda a sua postura. Esse desalinhamento coloca uma pressão danada na articulação, e aí já viu…
Quadril forte, mas “enferrujado”
Existe uma diferença entre ser flexível e ter mobilidade. Você pode até conseguir tocar a ponta do pé, mas a sua articulação do quadril pode não estar girando como deveria. É como ter uma porta bonita, mas com a dobradiça enferrujada. Se o quadril não se move direito, o joelho e a coluna tentam compensar, e quem paga o pato é o próprio quadril.
Fortalecer é o nome do jogo: os exercícios essenciais para dar um basta na dor no quadril
Ok, já entendemos o problema. Agora, vamos à solução. O caminho é acordar quem está dormindo e fortalecer a turma toda. Mas ó, calma lá. Não precisa sair levantando peso como se não houvesse amanhã. O começo é mais sobre sentir o músculo certo trabalhando.
Faça esses movimentos devagar, com atenção. A qualidade é muito mais importante que a quantidade aqui.
1. Ponte de Glúteos
- Por que é tão boa? Esse é o exercício número um para acordar o bumbum sem forçar as costas. É ele que vai ensinar seu corpo a usar a força do lugar certo para te empurrar pra frente.
- Como se faz? Deita aí de barriga pra cima, joelhos dobrados e pés no chão, na largura dos quadris. Agora, aperta o bumbum e o abdômen e levanta o quadril, empurrando o chão com os calcanhares. O corpo tem que formar uma linha reta dos ombros até os joelhos. O segredo é sentir o bumbum espremendo lá em cima, não a sua lombar. Segura um segundinho e desce devagar.
- Quantas? Comece com 2 séries de 15 repetições.
2. Ostra (Clamshell)
- Por que é tão boa? O nome é estranho, mas o movimento parece mesmo uma concha abrindo. Ele trabalha um músculo específico na lateral do bumbum (o glúteo médio), que é o chefão da estabilidade. É ele que não deixa seu quadril “cair” para o lado quando você anda ou corre. Um baita exercício.
- Como se faz? Deite de lado, com os joelhos dobrados e um em cima do outro. Mantenha os calcanhares juntos. Sem deixar o corpo rolar para trás, levante o joelho de cima em direção ao teto. O movimento é curto e controlado. Você tem que sentir queimar bem na lateral do bumbum. Se não sentir nada, provavelmente está balançando o corpo todo. Menos é mais aqui.
- Quantas? Tente fazer 2 séries de 15 a 20 de cada lado.
3. Hidrante de Incêndio
- Por que é tão bom? Esse é outro que fortalece a lateral do quadril, mas desafia um pouco mais o equilíbrio do seu tronco. O nome entrega tudo.
- Como se faz? Fique na posição de quatro apoios, como um cachorrinho. Mãos embaixo dos ombros, joelhos embaixo do quadril. Mantendo as costas retas e o joelho dobrado, levante uma perna para o lado. É exatamente o que você está pensando, igual a um cachorrinho no poste. Tente não inclinar o corpo para o lado oposto. O movimento vem do quadril.
- Quantas? Umas 2 séries de 12 a 15 de cada lado está ótimo.
Não basta ser forte, tem que ter jogo de cintura: Soltando o que está travado
Força é metade da história. Um quadril forte, mas duro, continua sendo um problema. A gente precisa dar liberdade para ele se mover. Esses alongamentos vão ajudar a relaxar aqueles músculos que vivem tensos e a “lubrificar” a articulação.
Aqui não é para forçar, é para relaxar. Segure cada posição por uns 30 segundos, respirando fundo e deixando o músculo soltar.
1. Alongamento do Flexor do Quadril
- Por que é tão bom? Esse é o antídoto para quem passa o dia sentado. Ele alonga justamente aquela turma da frente que fica encurtada e dolorida.
- Como se faz? Ajoelhe-se como se fosse fazer um pedido de casamento. Um joelho no chão (coloque uma toalha embaixo se doer) e o outro pé lá na frente. Com as costas retas, contraia o bumbum e empurre o quadril levemente para frente. Você vai sentir alongar bem na frente da coxa da perna que está ajoelhada. Não precisa ir muito longe.
- Quanto tempo? Segure por uns 30 a 45 segundos de cada lado.
2. Alongamento do Piriforme
- Por que é tão bom? Existe um músculo bem pequeno e fundo no bumbum, o piriforme. Quando ele está tenso, pode dar uma dor que desce pela perna, parecida com dor ciática. Esse alongamento é o pulo do gato para relaxá-lo.
- Como se faz? Deite de costas, joelhos dobrados. Cruze o tornozelo direito sobre o joelho esquerdo, fazendo um “4” com as pernas. Agora, abrace por trás da coxa esquerda e puxe-a devagar em sua direção. Você tem que sentir um alongamento gostoso lá no fundo do bumbum direito. Relaxe os ombros e a cabeça.
- Quanto tempo? Segure por uns 30 a 60 segundos de cada lado.
Como encaixar tudo isso na sua vida (sem enlouquecer)
Eu sei, parece muita coisa. Mas o segredo é a consistência, não a perfeição.
- A hora certa: Os exercícios de força (ponte, ostra) são ótimos para fazer antes de correr ou treinar. Eles já deixam a musculatura “ligada”. Os alongamentos são melhores para depois do treino, ou à noite, para relaxar.
- Frequência: Tente fazer a parte de força umas 3 vezes por semana. Os alongamentos pode fazer todo dia, principalmente se seu trabalho exige que fique muito tempo sentado.
- Escute seu corpo: Sentir o músculo cansado é bom, é sinal de que ele trabalhou. Mas sentir uma pontada, uma fisgada ou uma dor aguda, não é. Se doer, pare. Talvez o movimento esteja errado ou seja muito para você agora.
- Quando pedir ajuda: Se a dor for muito forte, não melhora ou até te acorda de noite, é hora de bater um papo com um médico ou fisioterapeuta. Esses exercícios ajudam muito, mas não substituem um diagnóstico profissional.
E agora? Qual o próximo passo?

Aquela dor no quadril que te incomoda tanto não precisa ser uma sentença. Pense nela como um aviso do seu corpo, um pedido de ajuda. Um sinal de que algumas coisas saíram do lugar e precisam de atenção.
Cada exercício que você faz é um passo para construir uma base mais sólida e se sentir mais seguro para se movimentar. Não se cobre para fazer tudo perfeito de primeira. Celebre as pequenas coisas: conseguir sentir o bumbum trabalhando, terminar uma caminhada sem aquele incômodo, se sentir mais confiante.
Você tem o que precisa para começar. Dê essa força para o seu quadril, e ele vai te levar para onde você quiser. A jornada para se mover sem medo começa com um pequeno movimento, feito com cuidado e intenção. A caminhada é sua, mas você não está sozinho nela.