Por que as Pernas Ficam Doloridas Depois da Corrida?

Você termina a corrida, toma um banho demorado e acha que, no dia seguinte, acorda novinho em folha. Só que não. Quando se levanta, sente aquele peso, como se tivesse corrido uma maratona — mesmo que tenha sido só 5 km. A explicação mais comum? É a tal da dor muscular de início tardio, ou DOMS (sigla em inglês para Delayed Onset Muscle Soreness). Mas, peraí: o que é isso exatamente?

  • DOMS nada mais é do que microlesões nas fibras musculares.
  • Essas microlesões aparecem por causa de exercícios que forçam o músculo em contrações excêntricas — sabe quando você corre descendo um morro ou faz um treinamento de velocidade?
  • Essas fibras “quebram” um pouquinho, o corpo percebe isso, aciona o sistema de reparo e, nessa troca de limpeza e reconstrução, rola uma inflamação leve.

O resultado? Aquele desconforto conhecido, que pinta entre 12 e 48 horas depois do treino. Às vezes, é só um incômodo suave; em outras, parece até que alguém passou um rolo compressor nas suas pernas. E olha que tem gente que volta a correr achando que vai melhorar — e até melhora! Mas isso só vale se for uma dor mais tranquila, de quem só puxou o treino um pouquinho acima.

Além do DOMS, existem outras razões que podem deixar as suas pernas doloridas. Dá só uma olhada:

  1. Excesso de treino
    Você aumentou a quilometragem de uma semana para outra sem critério, ou resolveu fazer treinos intervalados sem descanso. Aí o músculo fica sem tempo para se recuperar. É como se o motor ficasse sempre no máximo, sem nunca esfriar.
  2. Técnica inadequada
    Postura errada ou passada torta podem sobrecarregar certos músculos. Eu mesmo já vi gente forçar demais a panturrilha porque tende a pisar com o calcanhar, ou então tensionar o joelho porque corre com joelho “virando para dentro”. Cada pessoa é um caso, mas vale prestar atenção na postura e, se possível, pedir feedback de um coach ou fisioterapeuta.
  3. Recuperação insuficiente
    Trabalhou o dia inteiro, chegou em casa cansado, jantou rápido e dormiu tarde. No dia seguinte, já foi correr. Mas cadê o descanso? Sem boas horas de sono ou um intervalo adequado entre os treinos, o corpo não termina de reparar o que precisa. É igual sistema de computador: se você não reinicia de vez em quando, dá tela azul.
  4. Nutrição desequilibrada
    É claro que ninguém vive só de salada. Mas, se você só come fast food ou esquece de se hidratar, a musculatura sofre. O corpo precisa de carboidratos para repor o glicogênio e de proteínas para reconstruir as fibras. Sem falar nos antioxidantes, que combatem aquela inflamação pós-treino.
  5. Terreno e calçados inadequados
    Sabe aquele paralelepípedo cheio de buraco? Ou o tênis quase virando chinelo? Correr em superfície dura, como concreto, ou com um tênis sem amortecimento correto pode judiar do joelho, canela e quadril. Resultado: pernas doloridas na certa.

Resumindo, o GPS da dor nas pernas pode ser acionado por vários fatores. E é importante entender que nem toda dor é sinal de lesão, ok? A gente volta nesse ponto já já.

Dor Muscular vs. Lesão: Como Diferenciar?

Pergunta de ouro: “Será que isso é só aquele desconforto de quem treinou forte ou é algo mais sério?” É normal sentir uma do tipo “cheio de dor” depois de um treino puxado, mas como saber se é só uma dor muscular ou está rolando uma lesão de verdade?

Comparação visual entre dor muscular tardia e lesão: corredor se alongando com leve dor e outro segurando a panturrilha com expressão de dor aguda.
Nem toda dor indica lesão — saber diferenciar é essencial para continuar correndo com segurança.

Características da dor muscular (DOMS)

  • Difusa: Afeta todo o músculo, sem um ponto super específico que dói muito mais do que o resto.
  • Inicia de forma tardia: Rola entre 12 e 48 horas depois do treino.
  • Melhora aos poucos: Geralmente, entra numa queda após 3 dias. Você sente a melhora gradativa se andar, esticar a perna, fazer uma caminhada leve.
  • Dor moderada: Pesa, incomoda, mas não impede que você se mova. É aquele tipo de dor que faz você pensar “nossa, tô dolorido”, mas logo se solta ao andar.

Características da lesão

  • Dor aguda e localizada: De repente, lá no meio da panturrilha ou no tendão de Aquiles, o incômodo é forte, pontual, quase dá pra cutucar com um dedo e apontar exatamente onde dói.
  • Inchaço ou hematoma: Já dá indício de algo mais grave. Se aparecer um caroço ou uma mancha escura, é porque rolou um “rompimento” maior das fibras musculares ou capilares.
  • Perda de mobilidade: Se você levantar a perna e sentir que está travando, não é só dor de quem treinou forte. Se bancar uma passada simples e a dor for piorando, acenda o sinal de alerta.
  • Sintomas persistentes: Depois de três, quatro dias e até uma semana, a dor não cede ou volta mais forte. Pode vir junto com formigamento, sensação de fraqueza, dificuldade de apoiar o pé no chão.

Eu me lembro de uma amiga que sentiu uma pontada tão forte na panturrilha durante a prova que mal conseguia sair do lugar. No dia seguinte, apareceu um edemazinho ali, parecia uma bola. Aí, beleza, ela parou, foi ao fisioterapeuta e descobriu que tinha estirado a musculatura. Se ela tivesse insistido em treinar, poderia ter sido pior. Então, fica esperto: sentir aquele peso e desconforto é normal; sentir dor aguda como se alguém espetasse uma faca, não é.

Quando Dá Para Correr Com Pernas Doloridas?

Já passei por várias fases: tinha dia que sentia as panturrilhas como se estivesse carregando sacos de cimento; ainda assim, colocava tênis e aguardava milagres. Às vezes, funcionava; em outras, o corpo dizia “Chega!”. A boa notícia é que correr com pernas doloridas não é o fim do mundo, mas é preciso saber dosar.

Dor leve a moderada? Vai em frente, mas com cuidado

Se a dor for aquela sensação de que os músculos estão “pesados”, mas não é nenhum martíolo atingindo o osso, você pode fazer uma corrida leve, no que chamam de zona 2 (60-70% da frequência cardíaca máxima). Isso faz o sangue circular melhor, ajuda na remoção dos resíduos da inflamação e, surpreendentemente, alivia o DOMS. Já vi estudos (tipo a revisão de 2021 na Physical Therapy in Sport) apontando que a recuperação ativa — como um trote bem leve ou até uma caminhada acelerada — ajuda a dar conforto aos músculos.

Um detalhe: mantenha o pé no chão com leveza, preste atenção na postura e não queira bater recorde de tempo. O objetivo não é performance, e sim ajudar o corpo a se recuperar. Então, é como se fosse um treino de “regenerativo”.

Dor intensa ou localizada? Pare e repense

Se você sentir uma dor mais forte em um ponto específico, ou então perceber inchaço, é melhor suspender a corrida. Nesse caso, o ideal é migrar para atividades de baixo impacto, como:

  • Natação: Ajuda a movimentar quase todos os músculos sem forçar demais.
  • Ciclismo: Se você ajusta bem o selim e o guidão, a perna trabalha sem aquele susto do impacto no chão.
  • Cadeira reclinável: Ok, isso não é exercício, mas sentar com a perna um pouco elevada e fazer movimentos circulares com o tornozelo ajuda na circulação sem sobrecarregar.

E lembre-se: ouvir o corpo é lei. Se algo parece muito errado, melhor dar um tempo.

Estratégias Práticas para Cuidar das Pernas Doloridas

Já falamos sobre identificar o tipo de dor e quando é seguro correr. Agora, vamos ao que interessa: dicas e truques para aliviar o desconforto, acelerar a recuperação e prevenir que a dor se perpetue.

1. Hidratação e Nutrição

Sabe aquele papo de “beba água”? Não é conversa de mãe só! A hidratação é essencial para manter o músculo funcionando direitinho. Se você sai para treinar sem se hidratar, pode até sentir cãibras. Então:

  • Beba água antes, durante e depois da corrida.
  • Se for treinar mais de 60 minutos, invista em uma bebida isotônica leve para repor eletrólitos.

E a nutrição? Se fosse só a ideia de comer bem, talvez fosse fácil. Mas o detalhe é saber o que fazer antes e depois do treino:

  • Carboidratos complexos: arroz integral, batata-doce, batata inglesa, aveia. Eles reabastecem as reservas de glicogênio e dão o gás para o próximo treino.
  • Proteínas magras: frango, peixe, ovos, feijão, lentilha. São fundamentais para reconstruir as fibras musculares que sofreram microlesões.
  • Antioxidantes: mirtilo, morango, frutas vermelhas, nozes. Esses caras ajudam a frear a inflamação que rola depois daquele treino intenso.

Eu, particularmente, gosto de comer um prato de macarrão integral com frango e brócolis antes do treino longo. Depois de correr, preparo uma vitamina de banana com leite e uma colher de proteína em pó. Ajuda bastante na sensação de recuperação — e, quer saber?, dá até prazer.

2. Alongamentos e Aquecimento

Tem gente que odeia alongar, mas eu sou fã. Não falo do alongamento parado, sem graça, que faz você ficar balançando a perna e contar segundos até deitar no tapete. Falo de alongamentos dinâmicos, que preparam o corpo para o esforço.

  • Balanços de perna: fique de pé, apoie-se em uma parede ou poste, e balança a perna para frente e para trás, depois lateralmente. Dez vezes para cada perna.
  • Agachamento dinâmico: faz agachamento leve, soltando o quadril para trás e descendo devagar, ativando glúteos e quadríceps. Dez repetições já ajudam a abrir a circulação.

Depois da corrida, nada de virar estátua. Faça alongamentos estáticos com calma:

  • Alongamento de quadríceps: em pé, puxa o calcanhar em direção ao glúteo, segura com a mão por 20 segundos.
  • Alongamento de isquiotibiais: deite de costas, levante uma perna reta e puxe com cuidado, sem forçar demais. Mantenha por 20-30 segundos.

E, detalhe: quem disse que alongar precisa ser um sacrifício? Se puder, coloque uma música tranquila, faça rostinho de quem está curtindo um dia de spa doméstico. O alongamento contribui para reduzir a rigidez muscular e dar sensação de relaxamento.

3. Corridas Leves e Ritmo

Já mencionamos a tal da recuperação ativa, mas quais são os cuidados práticos? Primeiro, defina seu ritmo leve: a zona 2, em que você consegue conversar sem ficar sem fôlego. Se for preciso, diminua a velocidade, ao ponto de sentir que está quase andando, mas ainda está trotando.

  • Monitore o nível de esforço: se for de 1 a 10, fique na casa do 5 ou 6, no máximo.
  • Evite subidas e descidas nesse dia. Se for impossível fugir do morro, desça andando ou então acelere o passo só no plano.

Tem corredores que ignoram essa fase e correm igualzinho como se fosse treino de competição. Resultado? A dor volta pior no dia seguinte. Então, tenha paciência: deixe a musculatura “digerir” o treino forte anterior.

4. Treinamento Cruzado

Sabe quando a perna dói demais e você tem preguiça de correr ainda? É aí que entra o treinamento cruzado. Isso quer dizer “fazer outro esporte para manter a forma”, sem ficar parado. Alguns exemplos:

  • Natação: aproveite para nadar umas cinco ou seis braçadas. A água dá aquela sensação de leveza. É como se você flutuasse.
  • Ciclismo: fazer um pedal leve por umas 30-40 minutos, em ritmo confortável. Se possível, ajuste a bicicleta certinho para não sobrecarregar o joelho.
  • Ioga: descanso ativo e alongamento para quem curte uma vibe mais zen. A ioga não só estica, mas também fortalece o core e melhora a consciência corporal.

Inclusive, a minha irmã foi fiel a esses treinos cruzados quando teve uma pequena lesão no joelho. Ela alternava natação e ioga, deixando a corrida para outro dia. No fim, voltou a correr sem drama.

5. Escolha do Terreno

Você já reparou que, depois de correr no asfalto, bate uma dorzinha diferente do que se correr na grama ou no saibro? Isso acontece porque a superfície influencia bastante o impacto que o corpo recebe.

  • Concreto e asfalto: mais duros, tendem a refletir o impacto direto para as articulações.
  • Pista de atletismo: costuma ser mais macia, feita de material absorvente.
  • Grama e trilhas: terrenos mais irregulares, mas geralmente mais suaves para o corpo. Aí entra um porém: cuidado para não torcer o tornozelo em uma brecha ou raiz.

Se suas pernas doloridas insistem em reclamar depois de correr na rua, que tal testar um percurso diferente no fim de semana? Aqui na cidade, tem um parque que, justo depois da subida, tem um trecho só de grama. Juro que faz diferença. E é mole ver gente mudando o estilo no final de semana para proteger o joelho.

6. Técnicas de Recuperação

Quando falamos em recuperação, tem um mundo de truques que prometem ajudar. Alguns têm respaldo científico; outros, a reputação de “funcionar para a galera”. A seguir, algumas das minhas favoritas — e que estudiosos também recomendam.

Rolo de Espuma

O famoso foam roller não é uma moda de Instagram. Vários estudos comprovam que ele ajuda a reduzir a rigidez muscular e melhora o fluxo sanguíneo.

  • Posicione o rolo sob a panturrilha ou coxa, e role o corpo lentamente, procurando pontos sensíveis.
  • Se encontrar um “nó” muito dolorido, pare e segure por alguns segundos, respirando fundo.
  • Uma sessão de 5 a 10 minutos faz maravilhas, na minha opinião.

É claro que não vai substituir a massagem profissional, mas, para o dia a dia, quebra o galho demais.

Massagem

Não precisa ser uma massagem de spa caríssima. Tem muita gente boa fazendo massagem esportiva por preços acessíveis. Esse tipo de massagem ajuda a:

  • Soltar a musculatura contraída.
  • Aumentar a circulação local.
  • Aliviar o estresse — porque, convenhamos, correr também mexe com a cabeça.

E, se não der para pagar um profissional, vale a automassagem: use as mãos, uma bola de tênis ou até uma garrafa de vinho (bem fechada, tá?).

Banho de Sal de Epsom

Vai dizer que você nunca ouviu falar daquele banho milagroso com sal de Epsom? A ciência ainda debate muito o real efeito do nível químico do sal, mas gente jura que funciona. A lógica é que o magnésio presente no sal ajuda a reduzir a inflamação muscular.

  • Encha a banheira com água morna e adicione uma ou duas xícaras de sal de Epsom.
  • Fique de 15 a 20 minutos relaxando.
  • Use uma vela, coloque uma música leve. É quase um mini ritual de spa em casa.

Pode ser que seja efeito placebo? Pode. Mas se você sai do banho sentido as pernas mais leves, quem sou eu para discordar?

Sono de Qualidade

A gente já falou muito de hidratação e comida, mas e o sono? Sério, dormir bem é peça fundamental para a reparação muscular. Quando você dorme, o corpo libera hormônios de crescimento e inicia processos de recuperação — é tipo reiniciar o computador para atualizar o sistema.

  • Tente ter de 7 a 9 horas de sono por noite.
  • Mantenha um ambiente escuro, fresco e silencioso.
  • Se possível, desligue o celular com pelo menos 30 minutos de antecedência.

E não invente de “dormir mais no fim de semana” para compensar. Regularidade faz diferença.

O Impacto da Idade na Dor Muscular e Recuperação

Você já conversou com aquela amiga que corre há 20 anos e fala “não dói como antes”? Pois é, de fato, a idade interfere na forma como a gente sente e se recupera da dor. Eu li um estudo no PubMed Central que explicava isso (Age and Muscle Recovery), e o resumo é que, à medida que envelhecemos:

  1. Resistência Anabólica: os músculos demoram mais para responder aos sinais de construção.
  2. Rigidez da Matriz Extracelular: a “gelatina” que fica entre as células do músculo fica mais dura, o que dificulta a regeneração.
  3. Disfunção Mitocondrial: as nossas “usinas de energia” perdem um pouco da eficiência.

Então, se antes você dormia 6 horas e dava conta de dois treinos seguidos, agora pode ser que precise de uma horinha a mais de descanso entre um e outro. E não é frescura, não. É adaptação.

Mas tem um lado bom: corredores mais velhos podem se beneficiar do treino regular para mitigar esses efeitos. A atividade física constante ajuda a manter a massa muscular, a elasticidade dos tendões e a função cardiovascular em cheque. Em outras palavras, o segredo não é parar, mas sim ajustar o ritmo.

Exemplos do Dia a Dia: Tornando Tudo Mais Real

Para deixar esse papo mais próximo da realidade, quero compartilhar algumas situações que, quem corre, já viveu:

  • Semana “Aumenta Tudo”: Você decide que vai correr 10 km no sábado, 12 km no domingo e, na segunda, já quer bater os 5 km em ritmo acelerado. No meio da semana, sente as pernas pesadas. Aí bate o dilema: “Correr ou não correr?” Se fosse meu, eu dava um tempo, apostava em um pedal leve ou yoga, e deixava a corrida para a quarta. Senão, o músculo reclama tanto que é corrida cancelada na semana seguinte também.
  • Desafio de Subida: Tem um morro famosinho na sua cidade. No fim de semana, você vai lá, escala ele umas cinco vezes em ritmo forte e sai achando que é o Rafaela Santos (aparelho de crossfit, sabe?). Segunda-feira vem a dor nas pernas dessa escadaria. Se for um desconforto normal, vale uma corrida leve no plano ou um alongamento caprichado. Se a panturrilha estiver inflamada, o certo é dar uma descansada.
  • Treino Noturno: Você trabalha até tarde, chega em casa às 19h, come algo rápido e sai para correr. Aí bate aquela preguiça de esfriar o corpo, mas você insiste: vai correr de camiseta de algodão, sem hidratar direito e, claro, com pouca refeição. No outro dia, a dor muscular vem com tudo, e você fica meio grogue no trabalho. Que aula tirou disso? Planejar a hidratação durante o dia e preparar uma refeição leve antes de sair.

Esses exemplos são comuns. E conhecer nossos próprios limites faz toda a diferença.

Dicas Extras que Fazem Toda a Diferença

  1. Calçado certo: Antes de qualquer coisa, escolha tênis que ofereçam bom amortecimento e encaixem bem no pé. Não adianta economizar e sofrer depois. Se tiver condição, vá a uma loja especializada, faça exame de pisada e experimente vários modelos.
  2. Roupas adequadas: Às vezes, a dor surge por excesso de fricção ou por calor demais. Escolha tecidos que absorvam o suor e evitem atrito.
  3. Meias de compressão: Muita gente usa meia de compressão para melhorar a circulação e reduzir o inchaço. Se você sente as panturrilhas muito cansadas, vale testar.
  4. Autoavaliação diária: Coloque no celular um emoji ou nota que represente como sua perna se sente todos os dias. Assim, você vai notar padrões e saber se está forçando demais.
  5. Ajuste a planilha de treino: Se você é daqueles que segue planilha religiosa, revise a progressão de volume e intensidade. Respeite a tal da “regra dos 10%”: não aumente mais do que 10% do volume total de corrida por semana.
  6. Socialize o treino: Correr com um parceiro ou em grupo ajuda a manter a motivação e a perceber sinais extras. Às vezes, alguém nota que sua passada está estranha antes de você mesmo perceber.

Eu, por exemplo, quando corri minha primeira meia maratona, tinha um grupo de amigos que sempre me cobrava um feedback: “Como ficaram as pernas hoje?”. Isso ajudou a não insistir no erro e ajustar treino a tempo.

Correndo com Segurança: Check-list Básico

Para não ficar só no papo, montei um mini checklist que pode salvar sua pele:

  • Avalie a dor: Se for leve, ok. Se for pontual e forte, pare.
  • Faça alongamento leve: Antes e depois, sem exagero.
  • Hidrate-se: Água e, se necessário, isotônico.
  • Alimente-se bem: Carboidratos antes, proteínas depois.
  • Escolha terreno adequado: Prefira grama ou pista de atletismo se as pernas estiverem muito doloridas.
  • Use tênis apropriado: Verifique amortecimento e ajustabilidade.
  • Priorize o sono: Durma cedo, em ambiente tranquilo.
  • Considere treino cruzado: Natação, ioga ou ciclismo quando a dor for intensa.
  • Aplique gelo ou técnica de gelo: Caso sinta dor localizada, 15 minutos de gelo podem ajudar.
  • Monitore a recuperação: Anote como se sente antes e depois dos treinos.

Depois de checar tudo, você estará mais seguro para decidir: “Hoje é dia de corrida leve ou de descanso total?”.

O Papel dos Pequeninos Cuidados no Dia a Dia

Falamos de grandes estratégias, mas existem detalhes que fazem diferença:

  • Substitua o elevador pelas escadas: Ajuda a ativar músculos diferentes e aquece o corpo.
  • Pausa ativa no trabalho: Se você passa horas sentado, levante a cada 1 hora, dê uma volta pela sala ou estique as pernas.
  • Lavagem com água fria: Se não der para tomar banho de gelo, alternar jatos frios e quentes durante o banho também estimula a circulação.
  • Ritual de pré-treino: Coloque sempre o mesmo playlist animado para associar música e sensação de aquecimento.
  • Check-up mensal: Se for possível, visite um fisioterapeuta ou faça uma avaliação muscular de vez em quando.

Essas ações cotidianas somam pontos para deixar o corpo mais preparado e reduzir o risco de dores exageradas.

Exemplos de Treinos Adaptados para Dias de “Perna Mole”

Em dias em que a dor muscular estiver insistente, você pode transformar seu treino:

  1. Trote leve de 20 minutos: Em vez de 50, faça um trote de leve mesmo, mantendo a frequência cardíaca baixa.
  2. Circuito de alongamento e força: Três séries de 10 agachamentos, 10 elevações de panturrilha, 10 abdominais, intercalados com 30 segundos de alongamentos dinâmicos.
  3. Caminhada rápida de 30 minutos: Se possível, faça em subida leve para ativar os músculos sem impacto brusco.
  4. Sessão de ioga ou pilates: Um vídeo de 20 minutos de ioga focado em membros inferiores.
  5. Pedalada leve de 30 minutos: Se tiver uma bicicleta ergométrica em casa ou acesso a uma ciclovia, é uma boa opção.

Esses treinos permitem manter a frequência de exercícios sem forçar as pernas doloridas.

Correr com Dor no Dia a Dia Urbanizado

Se você mora em uma cidade grande, sabe como é complicado achar trecho sem buraco, sem carro passando e com sombra. Às vezes, a soluçã o é correr na esteira da academia, mas nem sempre é a preferida. Aqui vão algumas dicas:

  • Convide um amigo para rodar no parquinho do bairro: Assim vocês se animam, trocam ideia e se policiam mutuamente.
  • Varie o horário: Se a temperatura está alta, corra mais cedo ou mais tarde, para evitar estressar ainda mais as pernas com calor.
  • Use aplicativos para encontrar rotas alternativas: Alguns apps mostram trilhas urbanas, parques escondidos e pistas de terra próximas.
  • Leve fone de ouvido sem fio: Música motiva, mas fone com fio às vezes enrosca e atrapalha a passada.
  • Teste corrida matinal no condomínio: Se morar em condomínio com espaço, experimente correr circulando o quarteirão interno em vez da rua principal.

Isso ajuda a driblar as dificuldades do ambiente urbano e protege as pernas do impacto excessivo.

Por que Escutar o Corpo é Mais Importante do Que Seguir Tendências

Você pode encontrar hoje na internet métodos incríveis: corridas em jejum, jejum intermitente antes do treino, treino de alta intensidade todo santo dia, treinos de corrida em trilha selvagem. Não quero dizer que tudo seja proibido, mas a verdade é que o bom senso precisa falar mais alto.

  • Cada corpo reage de um jeito. Tem gente que treina em jejum e se sente “voando”, mas outros simplesmente passam mal.
  • Tendências aparecem e somem. Se você virar refém de cada novidade, vai ficar louco, gastando dinheiro e tempo sem garantia de resultado.
  • Escutar o corpo evita lesão grave. Quando rasparam o treino de alta intensidade diário, muitos atletas amadores acabaram com dores crônicas por não darem um tempo.

Lembra daquela história de “quer correr como um campeão, treine como um campeão”? Pois é, mas o campeão também descansa. E se adapta às próprias necessidades.

Equilíbrio entre Treino e Descanso

Corredor solitário em harmonia com o ambiente em um parque arborizado, durante corrida leve ao amanhecer.
Ouvir o próprio corpo é o segredo para correr com prazer, mesmo nos dias de perna pesada.

E olha só, se você leu tudo até aqui, já percebeu que aquela dor nas pernas pode ser sinal de que seu corpo está se fortalecendo ou, às vezes, um alerta de que é hora de dar um passo para trás. Às vezes a gente ignora o incômodo, empurra o corpo adiante e, no dia seguinte, sente um peso enorme ao levantar da cama. Já passou por isso?

Por fim, lembre-se: cada um tem seu ritmo e sua história. Não adianta se comparar com o colega de treino ou com aquele influencer que só posta foto corrida sem suar a camisa. Preste atenção na sua sensação, troque ideia com quem corre, e mantenha a paixão pelo movimento. Porque a vitória maior não está só na linha de chegada — está em cada passo, mesmo quando a dor muscular aparece para lembrar que você está vivo e em processo de melhora. Boa corrida e até a próxima!

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Receitas

Refogadinho de legumes

Refogadinho de legumes

Ingredientes (4 porções)

1 cenoura grande
1 abobrinha grande
2 batatas inglesa grande
1 berinjela japonesa grande
2 tomates maduros mas firmes
5 folhas de couve
1 colher (chá) de curry doce
1/2 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de alho moído (ou 2 dentes de alhos)
azeite a gosto

Modo de preparo : 30min

1 Descasque apenas a cenoura e corte-a em tirinhas.
2 Coloque para cozinhar em água fervente por 3 minutos.
3 Junte na mesma panela a batata cortada também em tirinhas.
4 Deixe a cenoura e a batata cozinhar por 5 minutos.
5 Corte a abobrinha em rodelinhas no formato do próprio legume.
6 Junte-a na panela com as demais por 3 minutos.
7 Acrescente a berinjela cortada em rodelinhas, deixe por 5 minutos e desligue.
8 Tire os legumes da água e reserve-os.
9 Numa panela grande e, de preferência, antiaderente, coloque azeite a gosto e o alho.
10 Adicione também as folhas de couve cortadas da forma preferir e deixe dourar.
11 Acrescente os legumes cozidos aos poucos (se necessário, coloque um pouco mais de azeite).
12 Coloque o curry doce e mexa delicadamente para envolver todos os legumes com o tempero.
13 Deixe a panela tampada por 3 minutos e acrescente a canela em pó misture delicadamente.
14 Por fim, acrescente os tomates sem sementes cortados à julienne.
15 Tire a panela do fogo e deixe-a tampada por alguns minutos e pronto, é só servir.

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